De 1979 a 2015...
Passam os anos, mas os nossos desejos permanecem...
Novo Ano
Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse no ventre morte, peste e guerra.
- Morte à senilidade idealista e à retórica embalsamada;
- Peste para um certo código cultural que age sobre os grupos e os transforma em coletividades emocionais;
- Guerra à recuperação da personalidade duma cultura extinta que nada tem a ver com a cultura em si mesma.
Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse nos braços a vida, a energia e a paz.
- Vida o suficientemente despersonalizada no caudal urbano para que os desvios individuais não sejam convite ao eterno controlo e expressão das pessoas;
- Energia para desmascarar o sectarismo da sociedade secularizada em que o estado afetivo é mais forte do que a ação;
- Paz para os homens de boa e de má vontade.
(31 de Dezembro de 1979)
Agustina Bessa-Luís, in 'Caderno de Significados'
Novo Ano
Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse no ventre morte, peste e guerra.
- Morte à senilidade idealista e à retórica embalsamada;
- Peste para um certo código cultural que age sobre os grupos e os transforma em coletividades emocionais;
- Guerra à recuperação da personalidade duma cultura extinta que nada tem a ver com a cultura em si mesma.
Eu desejaria que o Novo Ano trouxesse nos braços a vida, a energia e a paz.
- Vida o suficientemente despersonalizada no caudal urbano para que os desvios individuais não sejam convite ao eterno controlo e expressão das pessoas;
- Energia para desmascarar o sectarismo da sociedade secularizada em que o estado afetivo é mais forte do que a ação;
- Paz para os homens de boa e de má vontade.
(31 de Dezembro de 1979)
Agustina Bessa-Luís, in 'Caderno de Significados'
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