Mostrando postagens com marcador Solidão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Solidão. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

SOLIDÃO A DOIS: O momento em que os filhos saem de casa

Você já quis muito ter um filho e ver o rostinho da mistura sua com o seu marido. Você teve todas as sensações boas e más de uma gestação, sentiu as dores do parto e passou muitas noites em claro tentando adivinhar o que aquele serzinho precisava para parar de expressar sua tristeza e descontentamento.

Você já sorriu inúmeras vezes ao vê-lo caminhar, falar e escrever pela primeira vez. Ajudou ele a crescer, a se desenvolver e ensinou, sobre as suas verdades, algumas verdades universais para ele. Você esteve por anos a fio feliz, sentindo-se repleta e cheia de amor por ter conquistado uma coisa intangível e incalculável na sua essência: uma família.

De repente, você não conseguiu entender como e nem quando aquele serzinho cresceu, estudou, começou a trabalhar, a namorar e a viajar sozinho. E aquele serzinho, que era só seu, virou um indivíduo com opinião formada, com barba feita e com coração no Mundo. Ele virou para você e disse: “Mãe e pai, eu vou sair de casa”.


Em princípio, você se sente desconfortável, pois todo o carinho, atenção e zelo despendido com ele terá de ser recondicionado. Mas não é tão simples colocar esses três sentimentos e condicioná-los a outro ser, o que se passa na cabeça de uma mãe ao ouvir tal frase e, o que realmente faz com que tantos pais passem por um período de readaptação quando voltam a ficar sozinhos são perguntas que somente cada mãe e pai que passou por essa situação pode responder.

Cada um tem a sua resposta, pois cada um tem as suas perguntas e os seus conflitos. Muitos dirão que não sentiram ou não sentirão tal falta. Mas a verdade é que existe esse sentimento de pertencionismo entre pais e filhos e, por mais que um pai e uma mãe acompanhe o dia a dia de um filho, ele demora muitos anos para perceber que o seu bebê cresceu o suficiente para tomar as próprias decisões e o rumo da sua vida.

Busquei informações com psicólogas, amigas minhas, li alguns artigos sobre esse tema na Internet e cheguei à conclusão de que o melhor é não tentar abordar o porquê de um pai ou uma mãe se sentir sozinho, abandonado, negligenciado pelo filho quando o mesmo sai de casa. O melhor é buscar informações e repassar algumas ideias para que cada mãe e/ou pai que está lendo esse artigo possa ter opções de como não se sentir sozinhos e readequar suas vidas o mais breve possível em função de si mesmos, e não mais dos filhos.

A primeira ideia que me veio na cabeça: não focar a vida inteira em seus filhos. Ter sempre mais tempo para si. Para isso, peguei uma ideia ótima que uma ex-colega de trabalho mineira compartilhou comigo certa vez. Ela disse, tendo duas filhas, uma de 10 e outra de 7 anos, que sempre tirava duas férias por ano. Ela reservava 20 dias para passar com a família em um Resort e os outros 10 dias para passar em um local bem rústico e paradisíaco com seu marido, sem as filhas.

Tendo feito isso, ela sempre, ano a ano, ressaltou os laços matrimoniais e a importância do marido na vida dela, criando espaço para o romance e o amor, mesmo com o tempo 80% reservado e condicionado à criação das filhas. Eu achei linda a abordagem dela e peguei para mim como uma boa ação a seguir!

Outra opção bacana que vejo e pego para mim como inspiração são os meus sogros. Eles sempre praticaram atividades físicas, inclusive, participando durante anos e anos de competições. Nunca deixaram esse hobby individual, o individual aqui é porque cada um tem o seu (natação e ciclismo), em detrimento de outra atividade. Não preciso questionar eles para ter a convicção de que essas atividades mantiveram eles entre amigos, criaram certamente famílias alternativas, a família do esporte, e fizeram eles terem objetivos e entretenimento durante a partida dos filhos.

Minha vó, para mim, é outro exemplo, ela viu sua mãe, sua sogra e seu marido partirem, um a um, em um curto espaço de tempo. Ela, sempre muito ativa e participante de Clube de Mães (atividade de donas de casa na década de 70/80), iniciou uma participação ativa na Igreja, na comunidade local. Iniciou projetos voluntários para ensinar mães e mulheres donas de casa de comunidades carentes a costurarem e criarem roupas e cobertas. Ela começou a se dedicar cada vez mais e passou a ter postos de liderança na Igreja, sempre sendo muito elogiada e seguida por seu pensamento positivo, sua iniciativa cautelosa e humilde e sua vocação apaziguadora. Tenho certeza que ela também inspirou minha mãe e tia, que estão seguindo o mesmo caminho dela.

A solidão pode ser a ausência de pessoas, pode ser a ausência de objetivos e pode ser a ausência de um olhar mais doce sobre a vida. Ela também pode ser a presença de um sentimento dentro da gente que nos impede de avançar e ver a vida com olhos coloridos, pode ser uma série de pequenos fatos que nos laçam os pés e não nos deixam levantar da cama com um sorriso pela manhã. Portanto, faça-se a pergunta: Por que você levanta da cama todo o dia de manhã?

Para ver o sol brilhar? Para agradecer por respirar, por ter alimento, por ter amigos? Permita-se sentir-se sozinho, mas somente o necessário para que você repense em todos os momentos maravilhosos que teve e que tem até agora.

Estar entre amigos, praticar atividades físicas ou atividades prazerosas, fazer um trabalho voluntário tendo como objetivo o bem do próximo estão entre as atividades que nos fazem nos sentirmos mais úteis e termos um preenchimento em nossas vidas.

Não deixe para amanhã a decisão de mudar a sua vida, de sentir-se bem, valorizado, útil, pertencente a um espaço, grupo e comunidade! Seja ativo, não só com os outros, mas com você mesmo!

Autora: Jorgete Rain
Imagens: Google

O VIVACLUB DÁ BOAS OPÇÕES PARA VOCÊ NÃO SE SENTIR SÓ!
Vem fazer parte desta família também ;)


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A SOLIDÃO E A IDADE

Solidão não depende de idade. Solidão é um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento. A solidão é mais do que o sentimento de querer uma companhia ou querer realizar alguma atividade com outra pessoa e não conseguir sair do seu isolamento; é um sentimento que demonstra que uma pessoa precisa de algo novo que a transforme, mesmo que em princípio ela não consiga enxergar essa necessidade[1].

Solidão é o estado do que se encontra ou vive só; em isolamento. É lugar ermo e despovoado. Situação ou sensação de quem vive isolado numa comunidade. Estado de pessoas que, embora vivam juntas, dir-se-ia viverem sós por não haver entre eles nenhum entendimento[2].

 

Os conceitos sobre solidão, muitas vezes, nos levam a pensar nela como um sentimento ou uma situação negativa. É ruim estar só. Porém, lendo a frase de Fernando Pessoa acima, se tem uma ideia um pouco diferente e, a pergunta que fica em mente é: É a solidão tão negativa?

O sentimento de solidão ou sentir-se só independe da idade, mas agrava-se com o passar da idade. O termo agravar, aqui, é providencialmente utilizado para explicar que, como pessoas, vamos vivenciando experiências, ampliando conhecimentos, conhecendo pessoas e criando valores, ideias, pensamentos e perspectivas que nos conectam ou nos afastam dos outros.

É importante ter ideias e verdades próprias, mas brigar por elas em detrimento de relacionamentos construtivos, é burrice. E, com o passar dos anos, vamos enumerando muitos momentos e relacionamentos deixados para trás para mantermos nossa palavra e pensamento. 

Nesses momentos, o ideal é parar e usar a solidão para repensar. Repensar ações, ressignificar crenças antigas, verificar se o que você acredita desde anos atrás está condizente com o que você acredita atualmente e, se não está, resolver quais são os novos valores que você vai empregar para si e atuar na sua vida para encontrar e conectar-se com pessoas diferentes que lhe tragam novas emoções e alegrias.

Importante também mencionar que, solidão é um sentimento ou um estado de espírito que sentimos e passa. Que todos sentimos em determinado momento ou situação de nossas vidas. É bom buscar a resposta para esse sentimento, será ele uma falta de conexão consigo mesmo ou será um valor seu que foi prejudicado ou quebrado por alguém que você ama?

Nietzsche acima nos ajuda a conceituar e reverter a solidão a nosso favor. Pois, se você estiver bem consigo mesmo, estará ao redor de pessoas que lhe façam bem e, se não estiver, saberá com sabedoria identificar o melhor delas.

Não se intimidar em ficar sozinho por um tempo é excelente para não dramatizar essa experiência e aproveitá-la! Apreciar esses momentos e, somente após uma boa reflexão ir atrás de novos amigos e experiências é ideal para viver mais e com mais qualidade de vida!

Portanto, se está precisando de reposicionar em alguma relação, se alguma relação sua está lhe incomodando, pare, reflita sozinho e só depois haja. Por que, independente da fase da vida, o importante é construir relacionamentos saudáveis e duradouros que nos façam bem e que façam bem aos que nos rodeiam.



[1] Conceito de Solidão adaptado. Disponível em: .
[2] Conceitos do Dicionário Aurélio para a palavra Solidão. AURELIO, 2015, p. 1957.


Autora: Jorgete Rain.